História de Cura de Traumas: Como a Reprogramação de Crenças Restaurou a Relação com Meus Pais após meus 40 anos(Minha História Real)

História de Cura de Traumas: Como a Reprogramação de Crenças Restaurou a Relação com Meus Pais após meus 40 anos(Minha História Real)

Diários de um Terapeuta
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Se você chegou até aqui para ler a história de cura de traumas, é provável que carregue uma dor sutil, mas persistente. Uma espécie de ruído de fundo em uma das relações mais fundamentais da vida: a relação com seus pais. Talvez seja uma dificuldade de comunicação, uma sensação de não ser visto ou compreendido, ou talvez feridas mais profundas, originadas em eventos que sua mente consciente até tenta esquecer, mas que seu corpo e suas emoções insistem em lembrar. Você anseia por paz, por uma conexão genuína, mas parece que um muro invisível impede qualquer avanço real.

Esse muro, eu o conheço intimamente. Por anos, minha relação com meus pais foi um campo minado de expectativas não ditas, ressentimentos velados e uma tristeza que eu não sabia nomear. Cada encontro familiar, em vez de ser uma fonte de alegria, era um lembrete do abismo que nos separava.

Eu me sentia como um ator desempenhando um papel, sorrindo por fora enquanto, por dentro, revivia um roteiro antigo de mágoas. Essa dinâmica não afetava apenas meu humor; ela se infiltrava em outras áreas da minha vida, moldando minha autoconfiança, minhas escolhas e meus próprios relacionamentos. É exaustivo viver assim, não é? Sentir o peso de uma história de cura de traumas que parece nunca ter um fim.Mas eu prometo a você que existe um caminho para atravessar esse muro.

Não se trata de culpar, de confrontar de forma agressiva ou de esperar que eles mudem. A transformação, a verdadeira cura, começa dentro de você, na arquitetura das suas crenças. Neste estudo de caso – a minha própria história –, vou compartilhar como a reprogramação de crenças, especificamente através de ferramentas como o ThetaHealing®, não apenas me permitiu entender a origem dessa desconexão, mas me deu as chaves para reconstruir, tijolo por tijolo, uma relação com meus pais baseada em compaixão, aceitação e, finalmente, em amor incondicional.

O Diagnóstico da Ferida: Entendendo as Crenças que nos Aprisionam

Antes de qualquer cura, precisamos de um diagnóstico preciso. No meu caso, o “problema” não era meus pais em si, mas o sistema de crenças que eu havia construído ao redor deles e da minha infância.

Na psicologia, aprendemos que nossas experiências formativas, especialmente as da infância, criam “esquemas” ou padrões de pensamento (Young, Klosko & Weishaar, 2003). Esses esquemas são os óculos através dos quais vemos o mundo. Se, na infância, nos sentimos invalidados, abandonados ou criticados, desenvolvemos crenças como:

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  • “Eu não sou bom o suficiente.”
  • “Preciso me esforçar muito para ser amado.”
  • “Expressar minhas necessidades é perigoso.”
  • “Não sou digno de amor incondicional.”

Essas não são sentenças que recitamos conscientemente. Elas operam no subconsciente, como um software rodando em segundo plano, e ditam nossas reações automáticas. No meu caso, a crença raiz era: “Para pertencer e ser amado, preciso anular minhas próprias necessidades e ser quem eles esperam que eu seja”. Essa crença gerava um ciclo de frustração: eu me anulava, sentia raiva por isso, e os culpava silenciosamente pela minha própria infelicidade.

Você consegue identificar uma “regra” ou crença silenciosa que governa sua interação com seus pais?

Você consegue identificar uma "regra" ou crença silenciosa que governa sua interação com seus pais

Sim, consigo identificar claramente. Minha ‘regra’ silenciosa é a de nunca discordar abertamente para não gerar conflito. Eu sinto que preciso agir como um filtro, suavizando minhas opiniões e conquistas para que pareçam menos ‘ameaçadoras’ ou diferentes das expectativas deles. Manter a paz, para mim, significa evitar qualquer assunto que possa levar a um debate, o que resulta em conversas superficiais e um sentimento de que eles não me conhecem de verdade.

Algo que você sente que precisa fazer ou ser para manter a paz?

Algo que você sente que precisa fazer ou ser para manter a paz

A minha crença é que preciso sempre demonstrar que estou bem-sucedido e que tenho tudo sob controle. Sinto que, para manter a paz e o orgulho deles, não posso mostrar vulnerabilidade ou admitir que estou com dificuldades. A ‘paz’ na minha família é mantida pela imagem de que sou forte e autossuficiente. Pedir ajuda ou compartilhar um fracasso seria como quebrar essa regra e causar preocupação e desapontamento.

A Ferramenta da Transformação: Como Funciona a Reprogramação de Crenças?

A ideia de “reprogramar” a mente pode soar como ficção científica, mas é um conceito fundamentado na neuroplasticidade – a capacidade do cérebro de formar e reorganizar conexões sinápticas, especialmente em resposta a experiências e aprendizados. Veja o nosso artigo: O Que é Neuroplasticidade? O Guia da Escola da Inteligência para Mudar seu Cérebro e sua Vida.

Técnicas terapêuticas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e, no meu caso, o ThetaHealing®, atuam diretamente nesse mecanismo. O ThetaHealing®, criado por Vianna Stibal, utiliza um estado meditativo profundo (a onda cerebral Theta) para acessar o subconsciente. Nesse estado, a mente está mais receptiva a novas informações, tornando possível identificar e substituir crenças limitantes por outras mais funcionais e saudáveis.

O processo, na prática, foi mais ou menos assim:

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  1. Identificação da Crença-Raiz: Em estado meditativo, com a ajuda de um terapeuta, investigamos o sentimento de frustração com meus pais. Usando uma técnica similar à dos “5 Porquês”, fomos cavando. “Por que você se sente assim?” “E por que isso é um problema?” A cada resposta, chegávamos mais perto da crença fundamental que sustentava todo o edifício do ressentimento.
  2. Compreensão do “Ganho”: Nenhuma crença sobrevive sem nos oferecer algum tipo de “ganho”, mesmo que disfuncional. A minha crença de “preciso me anular para ser amado” me oferecia um falso senso de segurança e pertencimento. Reconhecer esse ganho é crucial para poder liberá-lo.
  3. A Substituição: Uma vez identificada a crença e seu ganho, o passo seguinte foi “desinstalá-la” e instalar novas crenças, como: “É seguro para mim ser autêntico e amado ao mesmo tempo”, “Eu sou digno de amor incondicional pelas minhas próprias qualidades”, “Eu posso honrar meus pais e minhas próprias necessidades simultaneamente”.

O Resultado: Uma Nova Realidade nas Relações Familiares

A mudança não foi instantânea, como virar um interruptor. Foi gradual. Comecei a notar pequenas coisas. Em uma conversa por telefone, em vez de concordar automaticamente com algo que me desagradava, eu conseguia dizer, com calma e sem culpa: “Pai, eu vejo as coisas de um jeito um pouco diferente”.

A maior transformação, no entanto, foi interna. Ao liberar a crença de que eu precisava da aprovação deles para me sentir completo, a necessidade de culpá-los desapareceu. Comecei a vê-los não como os algozes da minha infância, mas como duas pessoas com suas próprias histórias, suas próprias crenças limitantes e seus próprios traumas não resolvidos. Minha perspectiva mudou do julgamento para a compaixão.

O ápice dessa jornada aconteceu em um almoço de domingo. Eu estava contando sobre minha transição de carreira, da advocacia para a área terapêutica, um assunto que antes seria um campo minado. Eu esperava críticas ou incompreensão. Em vez disso, porque eu estava falando de um lugar de segurança interna, sem buscar validação, a conversa fluiu. Pela primeira vez, senti que meu pai não estava ouvindo o “filho que o decepcionou”, mas apenas… ouvindo. E eu não estava falando com o “pai que me criticava”, mas apenas com meu pai. O muro invisível havia se tornado uma ponte.

História de Cura de Traumas

Conclusão e o Primeiro Passo Para a Sua Cura

Minha história não é um conto de fadas. As relações humanas são complexas e sempre terão seus desafios. No entanto, a reprogramação de crenças me deu uma base nova e sólida para navegar esses desafios. Ela me tirou do papel de vítima das circunstâncias e me colocou no lugar de autor da minha própria experiência emocional.

Se você se viu em alguma parte desta história, saiba que a paz que você busca é possível. A relação harmoniosa que você deseja com seus pais – ou a paz interior, independentemente da resposta deles – está ao seu alcance. A jornada começa com a coragem de olhar para dentro e questionar as histórias que você conta a si mesmo.

Seu próximo passo não precisa ser uma sessão de terapia amanhã. Comece com algo mais simples: a auto-observação. Ao longo da próxima semana, preste atenção às suas reações emocionais quando interage com seus pais (ou quando pensa neles). Apenas observe, sem julgamento. Que sentimentos vêm à tona? Que pensamentos automáticos aparecem? Anote-os. Este simples ato de trazer o inconsciente para o consciente é o primeiro e mais poderoso passo na jornada da cura.

Nota do Fundador: “Na minha jornada, o passo mais difícil foi admitir que a chave da prisão estava no meu próprio bolso. Eu passei anos esperando um pedido de desculpas, um reconhecimento, uma mudança que vinha de fora. A verdadeira virada de chave aconteceu quando eu entendi, no nível mais profundo da alma, que a minha paz não era negociável e não podia depender da mudança de outra pessoa. Ao curar a minha percepção sobre eles, a minha relação com eles se curou como consequência. Essa é a essência de uma verdadeira história de cura de traumas: não se trata de apagar o passado, mas de reescrever o poder que ele tem sobre o seu presente.”

Agradecimento

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Agradeço imensamente por me permitir compartilhar este pedaço tão pessoal da minha vida com você. Espero que ele sirva como uma luz no seu caminho.

O que é exatamente uma crença limitante?

É uma conclusão subconsciente que você tirou sobre si mesmo ou sobre o mundo, baseada em experiências passadas, geralmente na infância. Ela funciona como um filtro, limitando seu potencial e suas reações, como “não sou bom o suficiente” ou “amar é perigoso”.

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Preciso confrontar meus pais para iniciar minha história de cura de traumas?

Não necessariamente. A reprogramação de crenças é um trabalho interno. O objetivo é mudar a sua percepção e suas reações emocionais. Muitas vezes, ao mudar internamente, a dinâmica externa com seus pais se transforma naturalmente, sem a necessidade de confrontos diretos.

ThetaHealing® é a única técnica que funciona para isso?

Não. O ThetaHealing® foi a ferramenta central nesta história de caso, mas outras modalidades como Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), EMDR, hipnoterapia e Constelação Familiar também podem ser muito eficazes para identificar e transformar crenças e traumas.

Quanto tempo leva para ver resultados na relação com os pais?

O processo de cura é único para cada pessoa. Algumas mudanças internas, como uma sensação de paz e menos reatividade, podem ser sentidas rapidamente. A mudança na dinâmica do relacionamento pode levar mais tempo e depende da complexidade da situação. O foco deve ser no progresso, não na perfeição.

É possível aplicar a reprogramação de crenças sozinho?

A auto-observação e o questionamento de pensamentos são passos iniciais poderosos que você pode dar sozinho. No entanto, para uma reprogramação mais profunda de crenças-raiz, o acompanhamento de um terapeuta qualificado é altamente recomendado, pois ele pode guiar o processo com segurança e eficácia.

Referências:

  • Young, J. E., Klosko, J. S., & Weishaar, M. E. (2003). Schema Therapy: A Practitioner’s Guide. Guilford Press.
  • Stibal, V. (2020). ThetaHealing®: Introducing an Extraordinary Energy Healing Modality. Hay House.

Recomendações de Leitura:

  • 1. Livro: “O Corpo Guarda as Marcas” de Bessel van der Kolk.
    • Justificativa: Para quem busca aprofundar na ciência por trás do trauma, este livro é a referência absoluta. Dr. van der Kolk explica de forma brilhante como as experiências traumáticas remodelam o corpo e o cérebro, dando uma base científica sólida para entender por que a cura de traumas vai muito além de “apenas conversar”.
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  • 2. Livro: “Pais tóxicos” de Susan Forward.
    • Justificativa: Este é um livro prático e direto para quem identifica padrões de abuso emocional ou manipulação em sua família. Ele oferece estratégias claras para se libertar da culpa e estabelecer limites saudáveis, sendo um excelente complemento para o trabalho de reprogramação interna discutido no artigo.
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